30 de set. de 2009

SINCERAS DESCULPAS DE UM HIPÓCRITA!


“- Agi sem medir, falei sem pensar,

Por isso vim aqui, não foi pra arengar!

Reconheço com toda sinceridade que não sou sincero,

Mascarado, fantasiado, dissimulado,

Minha língua é afável e afiada,

Sou de atitudes nobres descaradas.

Rejeito os que me amam,

Agrado os que me escarnecem.

E com uma retórica que as paredes estremecem

Eu humildemente me desculpo, pelo dano que causei,

Justamente com a premissa de ser verdade que eu mudei. ’’


Logo o que era inimizade não é mais,

Abraços, beijos e desculpas aceitas.

Todas as outras formalidades foram feitas

E os ares eram de amizades cordiais.


Porém, o que o poeta disse, acontecia.

E a boca que beijou de catarro se enchia,

Não tendo pedra a afável mão pegou uma faca.

Cuspindo e furando, de noite, o hipócrita mata,

Quando logo antes beijava e abraçava e se desculpava, de dia.


E assim se desculpou o sincero dissimulado

Com palavras sinceras, desculpas sinceras e...

Nas costas um sincero facão ocultado.

Por que mostramos o que há na boca,

E o que no coração se passa, escondemos.

Mas antes que ao hipócrita condenemos,Convenhamos...

Ele é sincero!

22 de set. de 2009

EVOCANDO AS MEMÓRIAS DE LEITURA


Tudo começou no reinado de um pequeno déspota, tirano em nada dessa vida, morando em um pequeno planeta e cuidando de sua vida. Reinava sobre uma flor e cavalgava alguns cometas, quando ia pra terra ou onde for, praticava tanto amor que é impossível que alguém o esqueça.
Mas antes desse reinado teve uma era obscura onde lia os contos de fadas com figuras. É uma memória um tanto difusa, remete ao passado por isso não as citei, pois falam de histórias que não me lembrarei e por não se lembrar delas digo logo que por isso pequei.
Ah! E por falar em figuras tiverem histórias em quadrinhos e nelas minha leitura fez um ninho, que bela fase que eu passei, porém com o passar do tempo a inflação foi aumentando e os custos apertavam, os orçamentos se esgotavam e as revistas abundavam, tanto em quantidade como em preço, e infelizmente a esse vício até hoje não retornei.
Queria lembrar o que houve no hiato entre o gibi e a fantasia... Não lembro, mas digo com alegria que por indicação de um amigo eu comprei da sociedade do anel ao retorno de rei, todos os livros de Tolkien eu devorei: Senhor dos anéis, Hobitt e o Silmarilion (história soberba que trata apenas de uma jóia amaldiçoada e dos amaldiçoados que a cobiçavam). Posso não ter citado diretamente os nomes dos outros livros, mas estes merecem destaque.
Infelizmente o que era belo hoje se fez mágoa (na verdade ontem se fez mágoa já que trato dos meus tempos idos) os livros de Tolkien acabaram, e agora serei órfão de um autor que morreu muito antes que eu soubesse ler? Quando as mãos da fantasiam somem o socorro vem pelos pés da história, romances históricos ainda é uma febre e são esses violões garbosos que pilham grande parte do meu salário. Ainda estava de luto pela morte de Tolkien quando ouvi falar de tal de James Clavell que escrevia sobre um marinheiro inglês perdido em terras nipônicas, esse estrangeiro estava à mercê de um senhor feudal que aspirava tornar-se o Xogum, grande chefe militar com poderes superiores ao do imperador Dragão. O amor é um sentimento ingrato, logo após superar o luto de um autor morto não é que me apaixono por outro! A vida é uma coisa engraçada deste autor nem a obra completa eu li, é mais difícil de achar que o santo graal. Procurei em sebos, internet, tentei roubar de amigos e nada disso funcionou. Novamente estava de luto.
Tolkiens e Clavells se passaram, eu deveria seguir em frente, fui lendo livros, dormente, procurando algo que me cativasse. Isaac Asimov? Meu xará, sua leitura até agradou, mas não cativou. Até que um lindo dia minha mãe sempre sequiosa em me agradar trouxe para casa um “condenado” (uma mãe normal nunca apresentaria para um filho tão má companhia), esse tal “condenado” muito me agradou e melhor ainda... O autor estava vivo, finalmente, pensei ter um gosto mórbido pelas obras do que já se foram, o melhor desse livro foi a última pagina em que estavam as outras obras deste autor.
Uma nova época começara em que as batalhas eram travadas na guerra dos cem anos, eu agora estava em plena história de rei Arthur (Se eu pudesse citar memórias futuras eu citaria “a demanda do santo Graal”), ou olhava de perto Alexandre, o grande, defender a sua terra dos vikings, por falar em vikings, outro livro que me marcou foi “Beowulf” a Ilíada dos dinamarqueses que narra à história de seu orgulhoso Aquiles que matava demônios e dragões. Já que mencionei dois livros clássicos me sinto na obrigação de mencionar o terceiro, a Odisséia. Grande Odisseu e grande destino o seu.
Este ano li “Os reis malditos” e me falta palavras pra descrever livro tão bom, a descrição psicológica dos personagens é no mínimo hipnotizante, o que deveria falar depois dos romances históricos?
Eu deveria olhar para minha coleção de livros a fim de relembrar aqueles que eu já li, porém na minha visão isso seria trapacear, se é preciso ver a capa de um livro pra me lembrar dele é que o mesmo não lapidou suas paginas em minha mente. Deste que não preciso olhar pra me relembrar ainda posso citar o grande Willian Shakespeare, Augusto dos Anjos com seu único livro único, João Cabral de Melo Neto, infelizmente desse eu li apenas quatro livros.
Há Camões, Lao Tsé Tung,Robinson Crusoé, Alphonsus Guimarães, Cruz e Sousa, quase me esqueci de Musashi de Eiji Youshikawa o maior livro que já li na vida, quando andava com apenas um dos dois volumes da série parecia que andava com um tijolo, com esse japonês encerrarei minhas memórias, não que não existam mais livros que li, existem mais, porém tenho um geas( Quem já leu algum livro de mitologia Celta sabe do que estou falando) de entregar este texto ainda hoje.
Antes de terminar gostaria de evitar um mal entendido que é o fato que em momento algum eu tentei parecer um leitor excepcional, de modo algum, quanto mais livros leio mais sei que existem muitos outros livros para serem lidos é como a biblioteca de Babel de Luis Borges, também quanto mais eu leio mais sei que não relerei os livros que já li e que é menos improvável ainda que eu releia os que ainda não li, pode parecer um paradoxo. Quanto mais me torno um leitor experiente mais o sei o quanto um leitor inexperiente eu sou.




Cícero Isaac Barbosa Santiago