30 de set. de 2009

SINCERAS DESCULPAS DE UM HIPÓCRITA!


“- Agi sem medir, falei sem pensar,

Por isso vim aqui, não foi pra arengar!

Reconheço com toda sinceridade que não sou sincero,

Mascarado, fantasiado, dissimulado,

Minha língua é afável e afiada,

Sou de atitudes nobres descaradas.

Rejeito os que me amam,

Agrado os que me escarnecem.

E com uma retórica que as paredes estremecem

Eu humildemente me desculpo, pelo dano que causei,

Justamente com a premissa de ser verdade que eu mudei. ’’


Logo o que era inimizade não é mais,

Abraços, beijos e desculpas aceitas.

Todas as outras formalidades foram feitas

E os ares eram de amizades cordiais.


Porém, o que o poeta disse, acontecia.

E a boca que beijou de catarro se enchia,

Não tendo pedra a afável mão pegou uma faca.

Cuspindo e furando, de noite, o hipócrita mata,

Quando logo antes beijava e abraçava e se desculpava, de dia.


E assim se desculpou o sincero dissimulado

Com palavras sinceras, desculpas sinceras e...

Nas costas um sincero facão ocultado.

Por que mostramos o que há na boca,

E o que no coração se passa, escondemos.

Mas antes que ao hipócrita condenemos,Convenhamos...

Ele é sincero!

Um comentário:

  1. classificação do poema: redondilha medieval heróica! aheahehahea

    'caraiiicteristica!'

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