“- Agi sem medir, falei sem pensar,
Por isso vim aqui, não foi pra arengar!
Reconheço com toda sinceridade que não sou sincero,
Mascarado, fantasiado, dissimulado,
Minha língua é afável e afiada,
Sou de atitudes nobres descaradas.
Rejeito os que me amam,
Agrado os que me escarnecem.
E com uma retórica que as paredes estremecem
Eu humildemente me desculpo, pelo dano que causei,
Justamente com a premissa de ser verdade que eu mudei. ’’
Logo o que era inimizade não é mais,
Abraços, beijos e desculpas aceitas.
Todas as outras formalidades foram feitas
E os ares eram de amizades cordiais.
Porém, o que o poeta disse, acontecia.
E a boca que beijou de catarro se enchia,
Não tendo pedra a afável mão pegou uma faca.
Cuspindo e furando, de noite, o hipócrita mata,
Quando logo antes beijava e abraçava e se desculpava, de dia.
E assim se desculpou o sincero dissimulado
Com palavras sinceras, desculpas sinceras e...
Nas costas um sincero facão ocultado.
Por que mostramos o que há na boca,
E o que no coração se passa, escondemos.
Mas antes que ao hipócrita condenemos,
Ele é sincero!
classificação do poema: redondilha medieval heróica! aheahehahea
ResponderExcluir'caraiiicteristica!'