21 de mar. de 2012

Poemeto de uma tarde de domingo



Ócio
Acordo tarde, com gosto de sangue na boca,
Não levanto, olho pro teto, bocejo. Nada de interessante vejo
Nessa minha vida inerte e oca.

A calmaria é a maré da minha vida
E o tédio, minha caravela.
Vago pelo oceano sem destino,
Jamais descobrirei as novas terras.

...

Janto, olhando as horas.
Os ponteiros, o relógio, tudo está morto
No cemitério pregado na parede.
Não só morrem as horas no meu necrotério cronológico
 De ócio, no calendário morrem os meses
E lá todos os anos sofrem de bócio.

Nos segundos inteiros poderiam ter sido...
E que não foram.