25 de set. de 2010

DEVERIA FAZER O QUE FIZ



Não deveria fazer versos
E muito menos poesia,
Pois escrever o que não pode ser lido
Parece ser suicídio.

Mas se eu tivesse bom senso
Nunca que seria poeta.

Eu deveria me esquivar de teus olhos,
Parar de desejar teu pescoço
E não querer me afogar em teu corpo - todo-
Você me parece uma excelente forma de suicídio.

Mas se eu fosse sábio,
Ao ponto de te evitar,
Nunca seria poeta.

Eu deveria ficar calado,
Manter a poesia em silêncio,
Mas sufocar o que me mata
É definitivamente um suicídio absurdo.

Se eu falo, morro,
Se eu calo, morro,

Acho que se no final eu ficasse vivo
Nunca que seria poético.