A meu pai
Deitado, parado, quieto e torto
Na mais agoniante calmaria,
Que embora eu soubesse que dormia,
O teu corpo, pai, parecia morto.
Sonhos escuros te deixavam absorto,
O que meu pai assim te infligia,
Tenho certeza, ela a mim viria
E sofrer contigo é até um conforto.
Dos pecados que fosses pioneiro,
Serei o excomungado derradeiro,
Último elo de uma prisão genética.
Não só herdei o sangue de assassino,
Também, eu, me matei quando menino.
"Não vos esqueçais de comentar no blog do Escritor analfabeto" - Machado de Assis, últimas palavras.