15 de nov. de 2009

A primeira crônica que eu escrevo !!! =D


Sorriso sarcástico

Sempre quis ter um sorriso sarcástico, pode parecer idiota, mas um sorriso desses serve pra tudo. Gostaria de saber onde arrumar um, o ruim é que toda vez que eu pergunto a uma pessoa com um sorriso sarcástico como posso ter um também, sabe como o miserável responde? Com o mais sarcástico dos sorrisos... Não de orelha a orelha, esse tipo de sorriso é mais discreto, entretanto sua acidez é brutal.

Estou desesperado, tentei treinar na frente do espelho, fiz escola de teatro, pedi pro papai Noel em época de natal (este sarcasticamente disse que eu não era bom o suficiente pra ganhar isso), pedi pra político corrupto em época de eleição (esse dizia que ia me dar e depois que eu votasse, ele me pagou com advinha com que sorriso?). Se tivesse eu o dom desse sorriso leviano poderia responder todas essas ofensas com ele, não só isso poderia sorrir sarcasticamente quando:

-Enganasse uma mulher ou fosse enganado por uma; pedisse demissão ou se eu fosse demitido; visse o amor partir ou abandonasse deliberadamente o mesmo, antes de morrer, depois de matar e aquele gás fedorento boiando órfão no elevador(advinha qual seria o atestado de minha paternidade?)... Quando em meus sonhos meu passado me atormentasse pela omissão em minha própria vida, quando a luz do sol entrasse em meu quarto e eu fechasse a janela, ou quando o planeta chorasse lágrimas de sangue e suasse o nosso vapor fóssil, certamente reclamando pela minha vida consumista... Sabe como responderia a tudo isso?

Claro... Com o tão desejado sorriso sarcástico, ele serve pra tudo, exceto para os momentos de FELICIDADE.

2 de nov. de 2009

Deuses, Loucos e astronautas


Os loucos são como os deuses,
Impõe-se em uma ordem de mundo aleatória,
Encarceram-se em regiões pouco lúcidas
Arrastadas pela maré de suas mentes lúdicas,
Vivem em duas realidades, na verdade
E enxergam apenas em uma, infelizmente.
Os loucos são solitários...
Ou solitário seria nosso mundo demente?

Deuses são como os astronautas,
Não conhecem a monotonia da vida,
A aspereza da rotina e a tristeza da guerra,
A morte não alcança os deuses,
Não alcança quem é maior que a terra,
Não quem bebe na fonte do infinito
E preenche o vácuo com sua própria realidade,
Os astronautas são solitários...
Seriam os loucos astronautas?

25 de out. de 2009

Encontro Casual







Olá! Sou o primeiro capitalista,
Fiz-me só e foi só que derrubei os suseranos feudais.
E agora sou poderoso e quero ser mais,
Sou o espírito da conquista.
Não vou dizer que venderia meus pais,
Eu vendi, mas não pense que sou mal, apenas pense que ganhei,
E que também vendi seus ancestrais, vendi você,
Venderei seus filhos, que nem serão caros.
(Parece que o futuro não está em alta no mercado especulativo)
Tornei seres humanos desprezíveis,
Fiz o código de ética ser antiético e para os políticos
Que abraçam os pobres, anti-séptico.
Mas do que mais me orgulho são dos quarenta milhões de mil vencidos
E da ainda maior multidão de miseráveis que roubo diariamente,
Roubo tudo, até o direito de ter algum direito,
Para isso conto com meu séquito de estudantes de direito, lógico.
Conto com eles, conto com os empresários, empreiteiros, latifundiários,
Conto com os socialistas que vendem a camisa do Che,
Conto com os regimes totalitários, conto com os bancários, com poetas,
Lucro com quem presta e os que não prestam, afinal...
Sou o primeiro capitalista, sou o espírito da conquista
E foi um prazer te conhecer e não se esqueça
Conto com você...

22 de out. de 2009

Escrevi essa hoje... ;D


SOPRADOR DE VERBOS


Como esperar coerência e coesão

Se sou feito só de pedaços,

Escrevo meus versos em tufão

Já que me amputaram os braços.


Escuridão eterna e veneno disforme

Medo, raio, tempestade e o eclipse são casulo

De tantas outras coisas que eu ainda ovulo

No meu fértil ventre de poeta que não dorme.


Aquele que foi destruído,

Nada constrói com seus verbos

Tudo que é certo foi abolido

Abraçando o vácuo incerto.

E para ser mais dadaísta ainda o que faria?

Eu sopraria um poema em meu coração,

Bem no centro do meu Ego,

Na minha maior pilastra

E com um fanatismo de um iconoclasta...


Destruiria todo meu peito com alegria.

9 de out. de 2009

Roubei isso de um Pensador


Ah! Sei lá

Tenho tanta coisa aqui, só pra você.
Mas não faço ideia de como vou dizer,
Tantas poesias que eu queria te falar
E tantos beijos que eu queria te dar.
O que mais eu tinha? Agora nem sei mais...
Não sei... muitas coisas eu já deixei pra trás,
Agora vai!
Tem algo que tenho que te dizer,
Por mais que tente não posso te esquecer.

Eu não sei o que dizer... sei lá!
Se nossos caminhos irão se encontrar,
Se nosso olhos irão se olhar ,
Se um só beijo eu vou te dar,
Se eu vou entregar todas as juras de amor
Que jamais te escreverei?
Não sei...Ou sei?
Não as farei por medo, pois ridículo serei!

Será? Será que tu queres me escutar?
Será tu queres me ouvir?
Será que queres conhecer todo aquele sentimento que não soube te dizer?
Agora se você pudesse vir, se você pudesse ver ou se ao menos pudesse me sentir,
Eu ia te levar pra conhecer todo esse sentimento, aqui bem no fundo do meu ser,
Onde o tempo não soprou o vento que faz esquecer, aqui eu te diria tudo,
Não sei! Quem sabe eu não ia dizer nada, ou dizia tudo ao mesmo tempo
No doce sofrimento de minha voz calada.

30 de set. de 2009

SINCERAS DESCULPAS DE UM HIPÓCRITA!


“- Agi sem medir, falei sem pensar,

Por isso vim aqui, não foi pra arengar!

Reconheço com toda sinceridade que não sou sincero,

Mascarado, fantasiado, dissimulado,

Minha língua é afável e afiada,

Sou de atitudes nobres descaradas.

Rejeito os que me amam,

Agrado os que me escarnecem.

E com uma retórica que as paredes estremecem

Eu humildemente me desculpo, pelo dano que causei,

Justamente com a premissa de ser verdade que eu mudei. ’’


Logo o que era inimizade não é mais,

Abraços, beijos e desculpas aceitas.

Todas as outras formalidades foram feitas

E os ares eram de amizades cordiais.


Porém, o que o poeta disse, acontecia.

E a boca que beijou de catarro se enchia,

Não tendo pedra a afável mão pegou uma faca.

Cuspindo e furando, de noite, o hipócrita mata,

Quando logo antes beijava e abraçava e se desculpava, de dia.


E assim se desculpou o sincero dissimulado

Com palavras sinceras, desculpas sinceras e...

Nas costas um sincero facão ocultado.

Por que mostramos o que há na boca,

E o que no coração se passa, escondemos.

Mas antes que ao hipócrita condenemos,Convenhamos...

Ele é sincero!

22 de set. de 2009

EVOCANDO AS MEMÓRIAS DE LEITURA


Tudo começou no reinado de um pequeno déspota, tirano em nada dessa vida, morando em um pequeno planeta e cuidando de sua vida. Reinava sobre uma flor e cavalgava alguns cometas, quando ia pra terra ou onde for, praticava tanto amor que é impossível que alguém o esqueça.
Mas antes desse reinado teve uma era obscura onde lia os contos de fadas com figuras. É uma memória um tanto difusa, remete ao passado por isso não as citei, pois falam de histórias que não me lembrarei e por não se lembrar delas digo logo que por isso pequei.
Ah! E por falar em figuras tiverem histórias em quadrinhos e nelas minha leitura fez um ninho, que bela fase que eu passei, porém com o passar do tempo a inflação foi aumentando e os custos apertavam, os orçamentos se esgotavam e as revistas abundavam, tanto em quantidade como em preço, e infelizmente a esse vício até hoje não retornei.
Queria lembrar o que houve no hiato entre o gibi e a fantasia... Não lembro, mas digo com alegria que por indicação de um amigo eu comprei da sociedade do anel ao retorno de rei, todos os livros de Tolkien eu devorei: Senhor dos anéis, Hobitt e o Silmarilion (história soberba que trata apenas de uma jóia amaldiçoada e dos amaldiçoados que a cobiçavam). Posso não ter citado diretamente os nomes dos outros livros, mas estes merecem destaque.
Infelizmente o que era belo hoje se fez mágoa (na verdade ontem se fez mágoa já que trato dos meus tempos idos) os livros de Tolkien acabaram, e agora serei órfão de um autor que morreu muito antes que eu soubesse ler? Quando as mãos da fantasiam somem o socorro vem pelos pés da história, romances históricos ainda é uma febre e são esses violões garbosos que pilham grande parte do meu salário. Ainda estava de luto pela morte de Tolkien quando ouvi falar de tal de James Clavell que escrevia sobre um marinheiro inglês perdido em terras nipônicas, esse estrangeiro estava à mercê de um senhor feudal que aspirava tornar-se o Xogum, grande chefe militar com poderes superiores ao do imperador Dragão. O amor é um sentimento ingrato, logo após superar o luto de um autor morto não é que me apaixono por outro! A vida é uma coisa engraçada deste autor nem a obra completa eu li, é mais difícil de achar que o santo graal. Procurei em sebos, internet, tentei roubar de amigos e nada disso funcionou. Novamente estava de luto.
Tolkiens e Clavells se passaram, eu deveria seguir em frente, fui lendo livros, dormente, procurando algo que me cativasse. Isaac Asimov? Meu xará, sua leitura até agradou, mas não cativou. Até que um lindo dia minha mãe sempre sequiosa em me agradar trouxe para casa um “condenado” (uma mãe normal nunca apresentaria para um filho tão má companhia), esse tal “condenado” muito me agradou e melhor ainda... O autor estava vivo, finalmente, pensei ter um gosto mórbido pelas obras do que já se foram, o melhor desse livro foi a última pagina em que estavam as outras obras deste autor.
Uma nova época começara em que as batalhas eram travadas na guerra dos cem anos, eu agora estava em plena história de rei Arthur (Se eu pudesse citar memórias futuras eu citaria “a demanda do santo Graal”), ou olhava de perto Alexandre, o grande, defender a sua terra dos vikings, por falar em vikings, outro livro que me marcou foi “Beowulf” a Ilíada dos dinamarqueses que narra à história de seu orgulhoso Aquiles que matava demônios e dragões. Já que mencionei dois livros clássicos me sinto na obrigação de mencionar o terceiro, a Odisséia. Grande Odisseu e grande destino o seu.
Este ano li “Os reis malditos” e me falta palavras pra descrever livro tão bom, a descrição psicológica dos personagens é no mínimo hipnotizante, o que deveria falar depois dos romances históricos?
Eu deveria olhar para minha coleção de livros a fim de relembrar aqueles que eu já li, porém na minha visão isso seria trapacear, se é preciso ver a capa de um livro pra me lembrar dele é que o mesmo não lapidou suas paginas em minha mente. Deste que não preciso olhar pra me relembrar ainda posso citar o grande Willian Shakespeare, Augusto dos Anjos com seu único livro único, João Cabral de Melo Neto, infelizmente desse eu li apenas quatro livros.
Há Camões, Lao Tsé Tung,Robinson Crusoé, Alphonsus Guimarães, Cruz e Sousa, quase me esqueci de Musashi de Eiji Youshikawa o maior livro que já li na vida, quando andava com apenas um dos dois volumes da série parecia que andava com um tijolo, com esse japonês encerrarei minhas memórias, não que não existam mais livros que li, existem mais, porém tenho um geas( Quem já leu algum livro de mitologia Celta sabe do que estou falando) de entregar este texto ainda hoje.
Antes de terminar gostaria de evitar um mal entendido que é o fato que em momento algum eu tentei parecer um leitor excepcional, de modo algum, quanto mais livros leio mais sei que existem muitos outros livros para serem lidos é como a biblioteca de Babel de Luis Borges, também quanto mais eu leio mais sei que não relerei os livros que já li e que é menos improvável ainda que eu releia os que ainda não li, pode parecer um paradoxo. Quanto mais me torno um leitor experiente mais o sei o quanto um leitor inexperiente eu sou.




Cícero Isaac Barbosa Santiago

23 de ago. de 2009

Minha pseudo-vocação poética ataca novamente !


EU

Eu que sempre soube andar sozinho,
Nas multidões ficava limitado
E por mais que houvesse gente ao meu lado
Nunca compartilhei o meu caminho.
Logo eu que acostumado à turbulência,
Acostumado à mágoa e a decadência.
Não estou preparado pra saber o que é o amor!
Logo o amor?
Não entendo esta loucura,
Nem entendo como é olhar nos teus olhos
E saber que não posso viver sem ter você,
Não sei explicar, mas meu coração falha ao te ver,
Seu sorriso é a única felicidade que posso querer
E nunca mais quero deixar minha alma solitária.
Se eu já pude entender o que é o amor?
Nunca! Nunca até este momento.

18 de jul. de 2009

Não sou Geraldo Vandré, mas também falo de flores

Para não dizer que não falei das flores

Hoje resolvi falar das flores,
E por falar de flor, quis você comigo
Quis-te mais que a psique quer o cupido
E te quero mais que a primavera quer as flores.
E por falar das flores em sua juventude,
Vou te confessar que não falei tudo que eu pude
Porque não vejo uma só flor no meu caminho,
E enquanto as flores eram jovens, eu andei sozinho.

E para não dizer que de flores não disse
Hoje, então, eu vou falar das flores!
Vou falar das flores em sua efemeridade típica
Pois a flor que era jovem ontem, hoje é raquítica.
Descobri que as flores me assustavam
Eu temia o seu veneno ansiosamente,
Temia e ansiava com a pressa mais urgente,
Ansiava e temia pelas causas mais injustas

Hoje finalmente não temo mais a flores,
E somente por isso devo falar delas.
Falo que antes eram jovens e agora elas são velhas
Não sai doce perfume de uma pétala em dores
Falo que já fui um jovem poeta cheio de amores,
Rodeado de jovens flores cheia de perfumes
Hoje não sou mais o poeta dessa arte maculada,
Hoje finalmente sei o que é uma flor desesperada!

15 de jul. de 2009

A Ruína em que o tempo nos coloca


Seguindo a linha melancólica do Blog ( afinal ela fez muito sucesso, com 2 grandiosos comentários), está ai um tema quase romântico ! Não gosto de explicar minhas poesias e se eu fizesse isso ia limitar as interpretações de minhas quase artes e tendo a crer que se eu diminuir o numero de linhas o numero de leitores aumentará ! ( sem falar no meu número de erros gramaticais).




Ruínas do tempo

O amor é lugar de tempestade,

É templo de atitude e de ação,

Ritual profano de beatificação,

Miolo de escravidão com casca de majestade!

Conforme foi passando o tempo,

O que era belo hoje se faz mágoa,

Não passa de lodo

O que ontem era água,

Abstrato lento

No que era rápido e concreto...

Meu coração foi faraônico projeto

Hoje é ruína que o tempo não reboca

E quanto mais o tempo passa,

Mais minha alma traça

E essa ruína em outras ruínas se destroça,

Meu coração é faraônico dejeto!


8 de jul. de 2009

Achou deprimente? Me da um real que fico feliz !!! XD~~


"Um pouco de prosa onde espero postar o máximo possivel de poesias ( pelo menos inicio com essa imaculada intenção)". Parece que minha intenção de colocar poesias foi uma mácula desde princípio! 1- Vou mudar essa dedicatória 2- Agora vou tentar colocar uma rolha pra ver se para essa diarréia prosificada que eu tenho feito para, porém não se animem, sai um prosador cloacal e entra um eu-lirisista medíocre ( se alguém acha as palavras "cloacal" e "medíocre" muito pessadas pode substituilas por " comum").

Por falar em comum, vou falar sobre os comuns. Se nós somos as flores e o jardineiro é o IBGE, provavelmente seremos flores comuns, da espécie mais peba ( pelo menos eu sou). Todo mundo sonha em ser especial, mas o que vem com o passar dos anos? Busão, carro popular ( para os comuns menos comuns), barriga de cerveja, mulher feia, emprego chato, filhos idiotas, raiva do espelho, Nissin, micose,Ana Maria Braga, transito, presa, presa, presa presapresaepresa. A cada dez pessoas no mundo UMA é um campoês chinês ! Pode até parecer surreal ou até mesmo fantástico para nós os brasileiros, mas o que pode haver de mais comum em um camponês do olho puxado? ( Sei nem se eles têm identidade cultural, não sei até mesmo nós temos isso! )Nem vou falar muito pois talvez eu fique parecendo algo depressivo e não tem nada mais comum que pobre depresivo. ( Eu ainda me iludo com sonhos de ser especial !!!)

Agora com vôces 1,2,3...POESIA !!!!!



ÉPICO DOS COMUNS


Queria um dia.
Um dia histórico,
Um dia histórico qualquer,
Qualquer dia,
Qualquer história
Que não seja igual à de agora,
Que não seja igual ao que sempre é.
Sou um cara comum.
Igual a todos,
Qualquer um.
Sou qualquer um!
Igual a outros
Na certeza da dúvida constante
Na sempre igual rotina incerta e infame!
Quem cantaria uma história assim?
É esse o poema épico que fariam pra mim?
O épico dos comuns,
O épico dos iguais,
O sobrenatural dos normais!
Sou qualquer um...
Em um dia qualquer.

5 de jul. de 2009

A Queda de Faetonte

Alguém já parou pra pensar que gostamos de certos personagens não somente por suas qualidades e defeitos, Mas pela interpretação e o significados que essas qualidades e defeitos têm para nós. Eu, pelo menos, acredito que assim o seja!
Da mitologia grega com toda, total e a mais absoluta das convicções o personagem mais popular é Brad Pitt... ops ! Aquiles, afinal ele é o mais forte, bonito, famoso, corajoso e foi "interpretado" por um cara super bonitão no cinema (Se meu pai ler isso eu levo uma foiçada). Particularmente não partilho dessa opinião, como alguns de viram eu gosto de Ícaro, não só de Ícaro, tem um boyzinho também chamado Faetonte, esse moleque tem uma história muito arretada (Nunca escrevi nada sobre ele, mas isso pode ser remediado).
Ele era filho de Apolo (Apolo era Deus de um moi de coisa, tipo: Lira, medicina, arco, profecia, peste, etc), mas ninguém acreditava nisso, todos escarneciam e denegriam sua imagem (seria ai o começo do bulling?) só por ter a ousadia de denominar-se filho de Apolo. Para provar estar certo Foi até a morada de seu próprio pai, chegou lá com muita força de vontade e obstinação, ao entrar no palácio, atravessando as portas polidas que conduziam à sala do trono, onde estava o Deus-sol, envolto por um brilho totalmente ofuscante. Incapaz de avançar perante a luminosidade do sol e totalmente sem palavras devido a grandiosidade de seu pai. Foi o Deus que começou a conversa "O que te trouxe aqui?", perguntou, " aqui estou", respondeu o jovem com muita ousadia, " Para descobri se és ou não meu pai, minha mãe diz que sim, mas meus amigos riem de mim quando digo que sou teu filho, logo resolvi vir aqui para que tu mesmo possa dizer ou não se sou teu rebento." Sorridente o Apolo tirou sua coroa para que seu filho pudesse chegar ainda mais perto " Aproxima-te, filho" , sorrindo continuou falando. " És meu filho, disso não duvides, para dar-te uma melhor prova podes pedir qualquer coisa que eu te darei."
Poucas vezes Apolo errava, essa foi uma delas, afinal as vezes nem o Deus da profecia é capaz de prever qual serão as consequências dos sonhos dos mortais! Sem dúvida, nosso colega Faetonte já olhou o sol passar e pensou como seria conduzi-lo, nem que fosse por apenas um dia, a sensação de conduzir os corcéis e andar pelo mundo levando a luz, mesmo que por um dia, e foi isso que desejou a sei pai. Na mesma hora o Deus da sabedoria se deu conta de sua loucura, acabara de decretar a morte de seu recém-conhecido filho. “Meu caro menino, essa era a única coisa que eu teria recusado. Sei que não posso fazê-lo, pois jurei, se você insistir eu terei que conceder, mas acredito que você me ouça, és mortal Faetonte e não cabe a ti dirigir o carro do sol, nem a ti e nem a outros deuses, apenas por minhas mãos o carro do sol pode ser conduzido."
Toda essa sabedoria, porém não adiantou ( ainda bem que nós, os jovens de hoje, escutamos nossos pais). Um sonho glorioso ele vivia nesse momento, que já se via pilotando o carro do sol e logo tinha que fazê-lo, pois estava na hora e o Deus-sol não poderia voltar atrás. Mesmo com todos os conselhos que o avisavam de seu réves. Faetonte tinha feito sua escolha, e só lhe restava abraçar o seu destino. O próprio vento foi facilmente ultrapassado, os cavalos passavam das nuvens baixas, mais próximas do oceano, e logo subiam para as maiores alturas do céu. Durante alguns poucos segundos de puro êxtase, Faetonte, foi o mortal mais glorioso que existiu senhor do firmamento e condutor do carro do sol, ele levava toda luz e o dia. Essa história não termina com a glória de Faetonte (se assim fosse não seria tão bela) seu destino o chamava, e como previra seu pai ele haveria de cair.
Caiu logo depois do ápice de seus sonhos, despencando violentamente do píncaro de sua glória, Faetonte é uma dessa poucas pessoas que são mais conhecidas pelas suas quedas do que por suas escaladas. Os cavalos desgovernados corriam alucinadamente, Faetonte que mal conseguia manter-se no carro, foi envolto por um calor infernal e uma fumaça espessa que parecia saída de uma fornalha. A única coisa que agora queria era acabar o mais rápido possível com todo aquele tormento e terror. Teria saudado alegremente a própria morte. A situação também se tornou insuportável para a Mãe terra. Lançou um grito avassalador que foi ecoar junto aos deuses. Zeus, pai dos deuses, viu que o próprio mundo corria risco com a imprudência e tinha que agir, a salvação do mundo dependia de uma ação muito rápida de sua parte. Zeus pegou o raio e lançou-o contra o condutor imprudente e arrependido. Faetonte caiu morto, o carro foi destroçado e os cavalos enlouquecidos foram lançados nas profundezas do mar.
Através dos ares, Faetonte caiu como uma bola de fogo sobre a Terra. O misterioso rio Eridano, nunca visto por qualquer mortal, recebeu-o, extinguiu o fogo e esfriou-lhe o corpo. As Ninfas, com pena de vê-lo morrer tão jovem e cheio de coragem, sepultaram-no e gravaram em seu túmulo:

- Aqui jaz Faetonte, que dirigiu o carro do Deus-Sol. Grande foi sua queda, grande foi o seu fracasso, grande foi sua tolice e grande foi seu castigo, mas grande também foi sua ousadia
, grande foi sua glória, grande foi sua altura e maior ainda foram seus sonhos.