18 de jul. de 2009

Não sou Geraldo Vandré, mas também falo de flores

Para não dizer que não falei das flores

Hoje resolvi falar das flores,
E por falar de flor, quis você comigo
Quis-te mais que a psique quer o cupido
E te quero mais que a primavera quer as flores.
E por falar das flores em sua juventude,
Vou te confessar que não falei tudo que eu pude
Porque não vejo uma só flor no meu caminho,
E enquanto as flores eram jovens, eu andei sozinho.

E para não dizer que de flores não disse
Hoje, então, eu vou falar das flores!
Vou falar das flores em sua efemeridade típica
Pois a flor que era jovem ontem, hoje é raquítica.
Descobri que as flores me assustavam
Eu temia o seu veneno ansiosamente,
Temia e ansiava com a pressa mais urgente,
Ansiava e temia pelas causas mais injustas

Hoje finalmente não temo mais a flores,
E somente por isso devo falar delas.
Falo que antes eram jovens e agora elas são velhas
Não sai doce perfume de uma pétala em dores
Falo que já fui um jovem poeta cheio de amores,
Rodeado de jovens flores cheia de perfumes
Hoje não sou mais o poeta dessa arte maculada,
Hoje finalmente sei o que é uma flor desesperada!

4 comentários:

  1. nossaa..
    sem palavras!
    ô poeta intenso!
    parabéns Isaac!

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  2. Muito, muito bom!
    O final ficou perfeito! Demorou mas saiu muito bom, viu?
    Adorei :)

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  3. Se a metáfora 'flores' se refere às mulheres, esse eu-lírico deve ser, hoje, um pegador! kkkkk' Muito bem parodiado, Isaac. Gostei ;)

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