5 de jul. de 2009

A Queda de Faetonte

Alguém já parou pra pensar que gostamos de certos personagens não somente por suas qualidades e defeitos, Mas pela interpretação e o significados que essas qualidades e defeitos têm para nós. Eu, pelo menos, acredito que assim o seja!
Da mitologia grega com toda, total e a mais absoluta das convicções o personagem mais popular é Brad Pitt... ops ! Aquiles, afinal ele é o mais forte, bonito, famoso, corajoso e foi "interpretado" por um cara super bonitão no cinema (Se meu pai ler isso eu levo uma foiçada). Particularmente não partilho dessa opinião, como alguns de viram eu gosto de Ícaro, não só de Ícaro, tem um boyzinho também chamado Faetonte, esse moleque tem uma história muito arretada (Nunca escrevi nada sobre ele, mas isso pode ser remediado).
Ele era filho de Apolo (Apolo era Deus de um moi de coisa, tipo: Lira, medicina, arco, profecia, peste, etc), mas ninguém acreditava nisso, todos escarneciam e denegriam sua imagem (seria ai o começo do bulling?) só por ter a ousadia de denominar-se filho de Apolo. Para provar estar certo Foi até a morada de seu próprio pai, chegou lá com muita força de vontade e obstinação, ao entrar no palácio, atravessando as portas polidas que conduziam à sala do trono, onde estava o Deus-sol, envolto por um brilho totalmente ofuscante. Incapaz de avançar perante a luminosidade do sol e totalmente sem palavras devido a grandiosidade de seu pai. Foi o Deus que começou a conversa "O que te trouxe aqui?", perguntou, " aqui estou", respondeu o jovem com muita ousadia, " Para descobri se és ou não meu pai, minha mãe diz que sim, mas meus amigos riem de mim quando digo que sou teu filho, logo resolvi vir aqui para que tu mesmo possa dizer ou não se sou teu rebento." Sorridente o Apolo tirou sua coroa para que seu filho pudesse chegar ainda mais perto " Aproxima-te, filho" , sorrindo continuou falando. " És meu filho, disso não duvides, para dar-te uma melhor prova podes pedir qualquer coisa que eu te darei."
Poucas vezes Apolo errava, essa foi uma delas, afinal as vezes nem o Deus da profecia é capaz de prever qual serão as consequências dos sonhos dos mortais! Sem dúvida, nosso colega Faetonte já olhou o sol passar e pensou como seria conduzi-lo, nem que fosse por apenas um dia, a sensação de conduzir os corcéis e andar pelo mundo levando a luz, mesmo que por um dia, e foi isso que desejou a sei pai. Na mesma hora o Deus da sabedoria se deu conta de sua loucura, acabara de decretar a morte de seu recém-conhecido filho. “Meu caro menino, essa era a única coisa que eu teria recusado. Sei que não posso fazê-lo, pois jurei, se você insistir eu terei que conceder, mas acredito que você me ouça, és mortal Faetonte e não cabe a ti dirigir o carro do sol, nem a ti e nem a outros deuses, apenas por minhas mãos o carro do sol pode ser conduzido."
Toda essa sabedoria, porém não adiantou ( ainda bem que nós, os jovens de hoje, escutamos nossos pais). Um sonho glorioso ele vivia nesse momento, que já se via pilotando o carro do sol e logo tinha que fazê-lo, pois estava na hora e o Deus-sol não poderia voltar atrás. Mesmo com todos os conselhos que o avisavam de seu réves. Faetonte tinha feito sua escolha, e só lhe restava abraçar o seu destino. O próprio vento foi facilmente ultrapassado, os cavalos passavam das nuvens baixas, mais próximas do oceano, e logo subiam para as maiores alturas do céu. Durante alguns poucos segundos de puro êxtase, Faetonte, foi o mortal mais glorioso que existiu senhor do firmamento e condutor do carro do sol, ele levava toda luz e o dia. Essa história não termina com a glória de Faetonte (se assim fosse não seria tão bela) seu destino o chamava, e como previra seu pai ele haveria de cair.
Caiu logo depois do ápice de seus sonhos, despencando violentamente do píncaro de sua glória, Faetonte é uma dessa poucas pessoas que são mais conhecidas pelas suas quedas do que por suas escaladas. Os cavalos desgovernados corriam alucinadamente, Faetonte que mal conseguia manter-se no carro, foi envolto por um calor infernal e uma fumaça espessa que parecia saída de uma fornalha. A única coisa que agora queria era acabar o mais rápido possível com todo aquele tormento e terror. Teria saudado alegremente a própria morte. A situação também se tornou insuportável para a Mãe terra. Lançou um grito avassalador que foi ecoar junto aos deuses. Zeus, pai dos deuses, viu que o próprio mundo corria risco com a imprudência e tinha que agir, a salvação do mundo dependia de uma ação muito rápida de sua parte. Zeus pegou o raio e lançou-o contra o condutor imprudente e arrependido. Faetonte caiu morto, o carro foi destroçado e os cavalos enlouquecidos foram lançados nas profundezas do mar.
Através dos ares, Faetonte caiu como uma bola de fogo sobre a Terra. O misterioso rio Eridano, nunca visto por qualquer mortal, recebeu-o, extinguiu o fogo e esfriou-lhe o corpo. As Ninfas, com pena de vê-lo morrer tão jovem e cheio de coragem, sepultaram-no e gravaram em seu túmulo:

- Aqui jaz Faetonte, que dirigiu o carro do Deus-Sol. Grande foi sua queda, grande foi o seu fracasso, grande foi sua tolice e grande foi seu castigo, mas grande também foi sua ousadia
, grande foi sua glória, grande foi sua altura e maior ainda foram seus sonhos.



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